"Ser 'normal' é uma meta neurotizante – o objetivo de uma pessoa é ser ela mesma."
(Winnicott, 1965)
Hoje vivemos em uma sociedade de padrões. Através de hashtags, trendings, followers e tendências, gera-se um imperativo de como a vida deve ser vivida para que um indivíduo seja considerado normal, feliz, realizado, e tantos outros adjetivos que hoje estão na moda.
E nessa busca de padronização e pertencimento, muitas vezes nos sentimos inadequados, fracassados, inferiores, entre outros sentimentos. E nessa tentativa de adequação, acabamos por esquecer de nos questionar sobre o que é importante para cada um de nós, como indivíduos. Também não questionamos quem sou eu no meio de tantos padrões e imposições sociais. O que serve ou não para mim dentro da minha singularidade e individualidade?
Na ânsia de fazermos parte de grupos e de sermos seguidores e seguidos, não olhamos para a nossa essência. Esquecemos que cada um de nós tem o direito de ser quem somos, e de buscar aquilo que nos realiza enquanto indivíduos, olhar para o nosso desejo.
Parece que em meio a tantos padrões, tantas informações, tantas pessoas nos dizendo o que é certo ou errado, se tornou “normal” que a vida de cada um seja regida por opiniões vindas do seu próprio convívio social e de desconhecidos (influencers). E tudo isso, toda essa pressão e desconhecimento de si mesmo, pode gerar um adoecimento psíquico, que vemos nomeados na atualidade como: depressão, stress, ansiedade, procrastinação, entre outros.
O convite da psicanálise é para que no meio de tantos padrões impostos, consigamos entender, através de nossos questionamentos e elaborações, o que faz e não faz sentido para cada um de nós. E dessa forma, caminhar para conhecer o nosso verdadeiro eu, indo ao encontro de pensar nos nossos desejos singulares e assim descobrirmos nossa essência.